Dr. Michael Gibson* e Dr. Jian-An Wang#, durante o ACC 2025, comentam os resultados do estudo FLAVOUR II, analisando como a estratégia guiada por FFR derivado da angiografia se compara ao padrão-ouro IVUS na tomada de decisão para revascularização e na otimização da PCI. Para mais detalhes, acesse o link e confira o conteúdo completo!
* Médico Cardiologista Intervencionista, Criador do site clinicaltrialresults.org, Fundador do WikiDoc.org e WikiPatient.org e Correspondente Médico-Chefe do American College of Cardiology
#Médico Cardiologista Intevencionista, Chair do Heart Center no Second Affiliated Hospital Zhejiang University School of Medicine (SAHZU), Professor e Vice-Reitor da Dean da Zhejiang University School of Medicine e Diretor da Second School of Clinical Medicine da Dean da Zhejiang University School of Medicine
Durante o ACC 2025, o Dr. Jian-An Wang apresentou os dados do estudo FLAVOUR II1, um ensaio clínico randomizado e multicêntrico que comparou diretamente o uso do FFR (do inglês, angiography-derived fractional flow reserve) derivado da angiografia com o ultrassom intracoronário (IVUS) como estratégias únicas para guiar decisões de revascularização e otimizar o implante de stents em pacientes com doença arterial coronariana.
Foram randomizados 1.839 pacientes em 22 centros na China, e os resultados mostraram que o angio-FFR foi não inferior ao IVUS com relação ao desfecho primário composto de morte, infarto do miocárdio ou nova revascularização aos 12 meses (6,3% vs 6,0%; diferença absoluta de 0,2 p.p.; p de não inferioridade = 0,022).
Notavelmente, a estratégia baseada em angio-FFR resultou em menor taxa de PCI (do inglês, percutaneous coronary intervention) – aproximadamente 10%, (69,5% vs 81,0%) –, menor uso de stents e redução na prescrição de terapia antiplaquetária dupla. Apesar de um menor número de intervenções, os resultados clínicos foram equivalentes, reforçando o valor do FFR derivado da angiografia como uma alternativa prática, eficiente e menos invasiva.
Segundo o Dr. Wang, “os desfechos foram comparáveis entre as abordagens, com a vantagem de menor intervenção no grupo angio-FFR. Essa tecnologia tem potencial para facilitar a adoção de estratégias fisiológicas de decisão em larga escala.”
Os autores destacam que a tecnologia utilizada majoritariamente foi o μQFR, um algoritmo baseado em inteligência artificial que permite o cálculo automatizado e rápido do FFR a partir de uma única imagem angiográfica.
Com base nos achados, o FLAVOUR II poderá abrir caminho para mudanças nas diretrizes, principalmente em contextos de doença coronariana não complexa, onde a adoção de FFR derivado da angiografia pode ser uma alternativa viável, segura e eficiente ao IVUS.