Tendências e oportunidades em Economia da Saúde - MDHealth - Educação Médica Independente

Tendências e oportunidades em Economia da Saúde

Escrito por: MDHealth em 29 de novembro de 2021

3 min de leitura

Vanessa Teich, Superintendente de Economia da Saúde no Hospital Albert Einstein, e Laura Murta, Head de Economia da Saúde na Origin Health Co., discutem neste podcast sobre as principais tendencias que são observadas no cenário da Economia da Saúde

As especialistas iniciam abordando sobre a ampliação dos critérios a serem considerados dentro dos processos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), algo que é muito discutido atualmente. Laura Murta comenta que o modelo tradicional de ATS tem sido criticado em relação a ausência de alguns critérios que são relevantes dentro do contexto de algumas doenças específicas, como as doenças raras, além dos critérios que são considerados dentro do processo de ATS, mas de forma não consistente e não transparente.  

Vanessa Teich cita que atualmente são utilizados desfechos diferentes para cada uma das análises, tornando difícil comparar entre oportunidades de incorporação de tecnologias quais seriam as prioritárias, dentro de um cenário com recursos limitados como a saúde suplementar ou o SUS. As especialistas destacam que estamos em um momento de muitas inovações tecnológicas, e que precisamos criar modelos para lidar melhor com esse cenário, e assim, garantir o acesso dos pacientes a essas terapias.  

As especialistas citam o modelo MCDA (multi-criteria decision analysis – análise de decisão multicritérios), um modelo que utiliza uma estrutura clara para auxiliar o processo deliberativo, sem o uso de um modelo quantitativo. Com o objetivo de facilitar a transparência e replicabilidade do processo de decisão. Dentro deste modelo, é possível, por exemplo, utilizar os dados de mundo real para fazer uma avaliação do desempenho da tecnologia em questão, ou também para fazer uma avaliação de priorização de tecnologias. 

Outros temas, como a necessidade de estabelecer critérios de priorização para identificar as tecnologias mais necessárias dentro do sistema de saúde; a ideia de ter uma metodologia como MCDA para dar apoio ao processo de ATS; o uso de dados de mundo real para avaliar a efetividade do que foi incorporado; a oportunidade de ter acordos de compartilhamento de riscos entre fabricantes, operadoras e prestadores; também foram temas abordados pelas especialistas. Elas concluem ressaltando que, dentro dos processos de economia em saúde, o objetivo final é sempre o de utilizar o recurso financeiro disponível da melhor forma e de forma a maximizar a saúde da população, frente as restrições orçamentarias que sempre teremos.