O Dr. Michael Gibson* conversa com o Dr. Sergio Raposeiras-Roubín# sobre o estudo DapaTAVI, que apresenta dados inéditos sobre o uso de iSGLT2 em um contexto ainda pouco explorado: pacientes submetidos ao implante transcateter da válvula aórtica (TAVI). O estudo foi destaque no primeiro dia do ACC 2025. Para mais detalhes, acesse o link e confira o conteúdo completo!
* Médico Cardiologista Intervencionista, criador do site clinicaltrialresults.org, fundador do WikiDoc.org e WikiPatient.org e Correspondente Médico-Chefe do American College of Cardiology
# Médico Cardiologista Clínico e Pesquisador do Hospital Universitário Álvaro Cunqueiro
Em transmissão ao vivo durante o ACC 2025, o Dr. Michael Gibson conversou com o Dr. Sergio Raposeiras-Roubín sobre o estudo inédito, DapaTAVI, que avaliou o uso de dapagliflozina em pacientes submetidos ao implante transcateter da válvula aórtica (TAV).
O estudo randomizou pacientes pós-TAV para uso ou não de dapagliflozina. Segundo o Dr. Sergio, trata-se de uma contribuição relevante, pois os pacientes com doença valvar ou submetidos a intervenções valvares, especialmente os idosos acima de 80 anos, são sistematicamente subrepresentados nos estudos com iSGLT2.
Os resultados mostraram que o uso de dapagliflozina esteve associado a uma redução significativa de 37% no desfecho combinado de morte por todas as causas ou piora da insuficiência cardíaca, sendo este efeito impulsionado principalmente pela diminuição dos episódios de descompensação da insuficiência cardíaca (IC) — definidos como hospitalizações ou atendimentos de urgência por IC ao longo de um ano de acompanhamento. Embora a mortalidade por todas as causas isoladamente não tenha mostrado diferença significativa, a melhora clínica em insuficiência cardíaca foi clara.
Além da eficácia, o estudo demonstrou segurança do uso da dapagliflozina nessa população idosa, reforçando seu potencial uso em um cenário até então sem respaldo robusto na literatura.
Para o Dr. Sergio, esses achados representam um avanço importante no manejo de pacientes pós-TAV e devem estimular a incorporação dessa estratégia terapêutica à prática clínica.