Dr. Pedro Barros¹ e Dr. Remo Furtado² convidam o Dr. João Salles3 para discutir dados relevantes que se destacaram no mês de janeiro. Quer saber mais? Acesse e confira na íntegra!
- Médico Cardiologista, Senior Trialist do BCRI, Diretor de Ensino e Coordenador da Pós-graduação em Pesquisa Clínica da Med.IQ Academy
- Médico Cardiologista, Coordenador da Pós-graduação em Pesquisa Clínica da Med.IQ Academy e Professor Colaborador da Faculdade FMUSP e Diretor de Pesquisa do BCRI
- Médico endocrinologista, Professor de Endocrinologia da FCMSC-SP, Diretor do Departamento de Clínica Médica da Santa Casa de São Paulo, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e Coordenador Científico de Endocrionologia da Med.IQ
Neste episódio do CardioUpdate, os Drs. Pedro Barros1 e Remo Furtado2 recebem o Dr. João Salles3 para um debate essencial sobre a interseção entre cardiologia e endocrinologia. O foco deste bate-papo são duas atualizações que impactam diretamente a prática clínica: a revisão dos critérios diagnósticos da obesidade e a avaliação de biomarcadores na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (IC-FEP).
O Dr. João Salles destaca a redefinição dos critérios diagnósticos da obesidade proposta pelo Lancet Commission1, enfatizando que a avaliação deve ir além do IMC e incluir medidas antropométricas, como a circunferência abdominal e a relação cintura-quadril. Ele explica que os pacientes com maior risco metabólico são aqueles com acúmulo de gordura visceral e pouca gordura periférica, independentemente do IMC. Essa abordagem permite uma estratificação mais precisa entre obesidade clínica—com impacto metabólico e funcional evidente—e obesidade pré-clínica, que exige monitoramento, mas sem repercussões aparentes. O Dr. Pedro Barros reforça a importância dessa avaliação no consultório cardiológico, ressaltando a forte associação entre obesidade e eventos cardiovasculares adversos.
Os especialistas também discutem os avanços nas terapias farmacológicas para obesidade, com destaque para os agonistas de GLP-1, que demonstraram benefícios cardiovasculares significativos, independentemente da perda de peso. O estudo SELECT2 evidenciou que o tratamento reduz eventos cardiovasculares e melhora a função renal, com 22% menos desfechos adversos renais. Esse achado reforça a importância do tratamento precoce da obesidade para modificar a trajetória da doença e melhorar o prognóstico dos pacientes.
No contexto da IC-FEP, os especialistas abordam um desafio diagnóstico relevante: a interpretação dos biomarcadores NT-proBNP, essenciais no diagnóstico diferencial de condições como DPOC. O estudo publicado no Circulation3 sugere ajustes nos pontos de corte, especialmente para pacientes com IMC elevado e fibrilação atrial, onde o NT-proBNP pode ter menor acurácia. O estudo propõe novos limiares diagnósticos e destaca a importância de uma avaliação integrada, considerando todo o contexto clínico do paciente.
Por fim, o episódio ressalta a necessidade de uma abordagem individualizada na prática clínica. Com os avanços no diagnóstico e no tratamento da obesidade e da IC-FEP, cardiologistas e endocrinologistas devem estar atentos à importância de uma avaliação mais precisa e de estratégias terapêuticas eficazes, capazes de modificar a evolução da doença e reduzir seus impactos cardiovasculares e metabólicos.
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