OPTION Trial: A Oclusão do Apêndice Atrial Esquerdo é Capaz de Substituir a Anticoagulação Oral em Pacientes com Fibrilação Atrial Submetidos à Ablação? - MDHealth - Educação Médica Independente
sexta-feira nov 22, 2024

OPTION Trial: A Oclusão do Apêndice Atrial Esquerdo é Capaz de Substituir a Anticoagulação Oral em Pacientes com Fibrilação Atrial Submetidos à Ablação?

Escrito por: Tawanne Vieira em 22 de novembro de 2024

2 min de leitura

Neste vídeo, Dr. Pedro Barros¹ e Dr. Remo Furtado² comentam sobre os resultados do OPTION Trial, apresentado no AHA 2024, e trazem reflexões sobre o seguimento de pacientes com fibrilação atrial submetidos à ablação. Quer saber mais? Acesse e confira na íntegra.  

  1. Médico Cardiologista, Senior Trialist do BCRI, Diretor de Ensino e Coordenador da Pós-graduação em Pesquisa Clínica da Med.IQ Academy
    2. Médico Cardiologista, Coordenador da Pós-graduação em Pesquisa Clínica da Med.IQ Academy e Professor Colaborador da Faculdade Diretor de Pesquisa do BCRI

 

O OPTION Trial, apresentado durante o Congresso American Heart Association (AHA) 2024, comparou duas abordagens de tratamento para pacientes com fibrilação atrial (FA) submetidos à ablação: oclusão do apêndice atrial esquerdo (OAAE) (intervenção) versus anticoagulação oral (padrão atual de tratamento). O estudo incluiu 1.600 participantes, que foram randomizados em uma proporção de 1:1 entre os dois grupos. O desfecho primário de segurança foi sangramento maior não relacionado ao procedimento ou sangramento não maior clinicamente relevante, sendo este desfecho avaliado para superioridade. O desfecho primário de eficácia foi uma combinação de morte por qualquer causa, acidente vascular cerebral (AVC) ou embolia sistêmica em 36 meses, enquanto o desfecho secundário foi sangramento maior, incluindo sangramento relacionado ao procedimento, por 36 meses. Ambos os desfechos de eficácia foram avaliados sob o critério de não inferioridade.  

Após 36 meses, 8,5% dos participantes do grupo OAAE tiveram eventos relacionados ao desfecho primário de segurança, em comparação a 18,1% dos participantes do grupo de anticoagulação oral. No entanto, Dr. Pedro destaca algumas limitações do estudo, como a exclusão de sangramentos maiores relacionados ao procedimento, no desfecho de segurança principal. Essa abordagem pode ter introduzido um viés, influenciando a conclusão de superioridade do OAAE em relação à anticoagulação. Além disso, ao comparar a robustez deste estudo, em termos de número de participantes, tempo de seguimento e perda de acompanhamento, com os amplos dados de eficácia e segurança disponíveis para anticoagulantes orais, nota-se que ainda são necessários mais estudos para uma melhor compreensão nesse contexto.  

Os especialistas apresentam uma análise ponderada dos resultados e enfatizam que a recomendação clínica do OAAE deve ser feita com cautela e de forma individualizada, levando em conta o perfil de risco de cada paciente e alinhando-se às recomendações das diretrizes atuais como alternativa nos casos em que paciente não tolera uso de longa duração do anticoagulante oral. 

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Referência

  1. Wazni, O. M. et al. Left Atrial Appendage Closure after Ablation for Atrial Fibrillation, 2024. Published November 16, 2024 DOI: 10.1056/NEJMoa2408308. Acesso em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2408308