Fenilcetonúria - Distúrbio Metabólico e Avanços Terapêuticos - MDHealth - Educação Médica Independente
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Fenilcetonúria – Distúrbio Metabólico e Avanços Terapêuticos

Escrito por: Naira Rosa Rocha em 30 de julho de 2024

2 min de leitura

Fenilcetonúria, também conhecida como FNC, é uma condição metabólica rara, de natureza genética e congênita, com prevalência global média estimada de 1 em 10.000 no Brasil essa condição apresenta uma prevalência que varia entre 1 em 15.000 e 1 em 25.000 indivíduos.  

Na FNC há uma deficiência na capacidade de metabolizar adequadamente o aminoácido fenilalanina. Essa deficiência ocorre devido à ausência ou disfunção da enzima responsável por converter a fenilalanina em tirosina, aminoácido essencial encontrado em proteínas de origem animal e vegetal. Como resultado, há um acúmulo de fenilalanina no organismo, que pode ser tóxico para o sistema nervoso central. 

Quando não tratada precocemente, logo nos primeiros meses de vida, a condição pode levar ao desenvolvimento de sintomas como baixa qualidade muscular, hiperatividade, má calcificação óssea e até convulsões. O diagnóstico estabelecido pelos programas de triagem neonatal é o ideal, pois permite o tratamento precoce, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Além dos sintomas já citados, indivíduos com FNC podem enfrentar restrições dietéticas rigorosas e frequentemente precisam de produtos alimentares especiais para evitar o consumo excessivo de fenilalanina.  

Gestantes portadoras de FNC necessitam de um cuidado especial durante a gestação devido ao risco de acúmulo de fenilalanina, que pode ser prejudicial ao bebê em desenvolvimento. Esse acúmulo pode resultar em restrições de crescimento intrauterino, microcefalia, alterações cardíacas e impactos no desenvolvimento neurológico. Portanto, é fundamental um manejo cuidadoso da dieta e um monitoramento médico rigoroso para minimizar esses riscos e garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Depois de os estudos apresentados pelo requerente, a CONITEC recomendou a inclusão do Dicloridrato de Sapropterina para mulheres responsivas ao tratamento com BH4 em idade fértil (período pré-concepcional) ou gestantes com fenilcetonúria. Esta recomendação foi oficializada com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) em 17 de dezembro 2018 com última atualização feita em 2022. A incorporação está sujeita à negociação de preço e conforme estabelecido pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. 

 

No final de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento pegbaliase-pqpz para o tratamento de pacientes com fenilcetonúria (PKU) com idade acima de 16 anos. A resolução da Anvisa foi recentemente publicada, introduzindo uma nova opção terapêutica inovadora no Brasil. 

 

Acesse mais sobre a fenilcetonúria: https://mdhealth.com.br/noticias-e-destaques/pegvaliase-para-fenilcetonuria-resultados-de-longo-prazo/ 

Referências

  1. Ministério da Saúde (Brasil). Fenilcetonúria (PKU). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue/pntn/fenilcetonuria-pku. Acesso em: 18 jul. 2024. 

  2. Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Fenilcetonúria tem medicamento incorporado ao SUS. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/assuntos/noticias/2018/dezembro/fenilcetonuria-tem-medicamento-incorporado-ao-sus. Acesso em: 18 jul. 2024.  

  3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 4.884, de 21 de dezembro de 2023. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 dez. 2023. Seção 1, p. 20. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-re-n-4.884-de-21-de-dezembro-de-2023-532733655. Acesso em: 18 jul. 2024. 

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